Contato com a natureza, fuga dos grandes centros, desafio, turismo, lugares paradisíacos, companheirismo, um final de semana diferente com a família… Podemos citar aqui inúmeros atrativos de correr nas montanhas. Um fato é consenso: a modalidade cresce no país. Só para citar dois exemplos: a Copa Paulista, organizada pela empresa Corridas de Montanha (uma das pioneiras do mercado), saltou de 5 etapas em 2011 para 11 neste ano; a K42 Bombinhas e as provas do Mountain Do bateram recorde de inscritos. Pensando nesse público, a Contra-Relógio lança a CR na Montanha, uma seção fixa e mensal sobre a modalidade.
Não dá para comparar os números absolutos das corridas de rua com os de montanha, principalmente porque há um limite de participantes devido aos percursos no meio de reservas naturais, geralmente. Mesmo em lugares com bom espaço, os organizadores acreditam que não passarão de 2 mil corredores por evento. Atualmente, porém, já chegam próximo ou superam 1 mil inscritos, como na K42 Bombinhas, na K21 Arraial do Cabo, no Mountain Do Praia do Rosa e na Maratona Cross-Country de Búzios.
Este ano, a série K21 Brasil contou com duas etapas (Arraial do Cabo e Ilha do Mel), número que será ampliado para 2013. O calendário ainda não foi fechado oficialmente, mas deve ter provas em Santa Catarina, São Paulo e Brasília, além de um segundo evento no Paraná e no Rio de Janeiro. Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo também são estados candidatos a receber o circuito.
"Temos diversos pontos positivos, como o crescimento do turismo em baixa temporada nas cidades, exploração e divulgação de locais que não eram considerados turísticos, além da movimentação financeira no município, que pode até ultrapassar o valor de R$ 1 milhão entre hospedagem, transporte, alimentação e compras, sem contar com materiais esportivos e inscrições", afirma Rodrigo Isaac, da Speed Assessoria Esportiva, do Rio de Janeiro, um dos organizadores do K21 Arraial do Cabo neste ano.
Issac lembra que as corridas em montanha estão levando de 200 a 1.000 corredores por evento. "Porém, neste ano, a Maratona de Búzios e em 2013 o K21 Arraial do Cabo já terão aproximadamente 1.500 corredores cada, que acredito ser o limite. Isso comprova o sucesso da modalidade. Lembrando que em alguns lugares, como ilhas, temos limite de apenas 300 a 500 atletas."
Um ponto que chama a atenção de Isaac é que há pouco embasamento técnico na prescrição dos treinamentos para corrida na montanha. "O que se torna altamente empírico. Os treinadores terão de se especializar e pesquisar cada vez mais sobre o assunto para fundamentá-lo."
MAIS DE 100% Segundo Kleber Ricardo Pacheco, responsável pela Naventura Marketing, Esportes e Turismo, organizadora do Circuito Paranaense de Corrida em Montanha, a competição registra até o momento (falta ainda uma etapa) um aumento de mais de 100% no total de inscritos em relação a 2011. Para ele, essa evolução foi influenciada por uma série de motivos, como a busca por novos desafios, oportunidade das assessorias oferecerem um serviço diferenciado e também a fuga dos centros urbanos, aliando a prática esportiva ao bem-estar proporcionado pelo contato com ambientes naturais.
Desde 2006 organizando eventos, Kleber vê ainda um maior interesse das empresas em investir no setor, tanto na organização quanto como patrocinadores. "Ter concorrência cobra a busca pela qualidade, os atletas ganham opções e ficam mais exigentes, surgem novos formatos de corridas em montanha e as empresas podem brigar por um mercado crescente e promissor."
ESPORTES DIFERENTES. "Minha impressão como atleta é de que o crescimento na oferta de competições e informações relativas às corridas de montanha é visível, positiva e irreversível. Vejo com bons olhos o interesse dos corredores que participam tradicionalmente de corridas em asfalto, no entanto acho necessário dizer que são dois esportes diferentes", afirma o corredor George José Volpão. "As exigências da corrida em trilha são diferentes e colocar um pé à frente do outro é apenas um dos movimentos da corrida de montanha. É preciso ter estrutura muscular e desenvolver técnicas para superar desafios como descidas íngremes e escorregadias, além de estar disposto a fazer força caminhando morro acima."
Segundo Volpão, mais do que atrair também os corredores de asfalto para as montanhas, há uma formação de atletas especializados em trilhas que têm um pensamento único: quanto pior, melhor. "Por isso, penso que montanhistas e corredores de aventura serão os responsáveis pelo crescimento em qualidade das provas. Vejo muita corrida sendo chamada de ‘trail', ‘adventure' e outros termos que não são o verdadeiro espírito da montanha. Provas como o Desafio Praias e Trilhas, K42 Bombinhas, Super Meia Noturna de Extrema e X-Terra Endurance Ilhabela são realmente desafios", afirma. "Ocorre na montanha o mesmo fenômeno registrado nas corridas de rua: muitos corredores até 10 km ou 21 km, mas poucos maratonistas ou ultras, bem diferente do que acontece nos EUA ou Europa."
Volpão espera não apenas o aumento das opções de provas, mas um salto de qualidade dos eventos, na organização e no acesso às informações sobre produtos, equipamentos e treinamentos. "Por esses e outros motivos é que criei, junto com minha esposa, o site TrailRunning Brasil (www.trailrunningbrasil.com), visando compartilhar as experiências que tenho, correndo em montanhas desde 1995, bem como o lado de quem realmente quer mais e maiores desafios."
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e isso ai vamos fazer com que as corridas em montanhas creça em nosso pais, é tambem uma forma de melhorar a qualidade de vida das pessoas que vive nos grandes centros em cidades agitadas, e a melhos forma de divulgar e o anucio boca-a-boca ou seja um amigo convida o outro e assim vamos divulgando essa modadildade que cresse a cada dia abço
estaremos nas montanhas ……