Notícias admin 29 de fevereiro de 2016 (0) (154)

Golden Four Brasília

Lançado em 2011, o circuito de meias-maratonas da Golden Four Asics encerrou a quinta temporada em grande estilo: com 3.783 concluintes e vitória de Solonei Rocha e Valdilene Silva na etapa de Brasília, realizada no dia 8 de novembro. Nas quatro provas do ano (Rio de Janeiro, Fortaleza e São Paulo foram as outras) houve 17.710 corredores completando os 21 km.
Nesses cinco anos, a ideia da Asics de se consolidar como um circuito de desempenho para a quebra de recordes pessoais na distância foi atingida. Pelo forte calor (mesmo com largada bem cedo) e características do percurso (com subidas), a etapa de Fortaleza destoou um pouco, porém foi um marco importante por chegar pela primeira vez à região Nordeste, tanto que, como nas outras etapas, as inscrições acabaram com mais de um mês de antecedência.
O percurso de Brasília pode ser dividido em três partes: em leve descida até o km 9, depois, seis quilômetros de subida (leve, mas bem longa) e, depois, novamente plano e com descidas suaves até a chegada. Larga na Praça do Buriti e, depois, passa por pontos tradicionais da capital federal, como Via S1 Oeste, Torre de TV, Esplanada dos Ministérios, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal, tendo a chegada na Concha Acústica. Neste ano, a temperatura ficou entre 19 e 23°C, com sol.

AJUSTES. A prova de encerramento manteve as características do circuito, com a expo de entrega dos kits no sábado, largada em duas ondas com baias de ritmo e uma boa hidratação (água e isotônico, além de um posto de carboidrato em gel). Porém, precisa de alguns ajustes, principalmente pelo crescimento do evento (a organização divulgou 4.600 inscritos).
O local de entrega dos kits (Centro Internacional de Convenções do Brasil) fica afastado tanto para os moradores de Brasília quanto do setor hoteleiro. E a Expo funciona por um único dia. Além disso, pela localização geográfica e facilidade de acesso do aeroporto, com voos diretos de todas as regiões do país, Brasília acaba recebendo muitos corredores de fora. E a maioria chega no sábado pela manhã, indo direto retirar o kit para depois fazer o check-in nos hotéis (juntando-se com quem desembarcou na sexta-feira ou mora na capital federal).
Assim, entre 9h30 e 13h30 foi o horário de pico, com uma longa fila, em alguns momentos desorganizada, o que gerou boa espera e bastante reclamação dos corredores com a reportagem da Contra-Relógio. O espaço mais restrito também atrapalhou. No restante do período, a entrega do kit foi tranquila, com customização de camisetas e entrega de lanche.
No dia da corrida, mais dois pontos a corrigir. O percurso divulgado em folheto distribuído na sacola do kit e no site oficial (www.golden4asics.com.br) não era 100% igual ao que os atletas correram. Havia uma mudança (não passando na avenida em frente à Catedral de Brasília), o que incluiu uma subida íngreme curta e um retorno de 180 graus. Já o posto de gel em carboidrato estava um pouco distante do da água, o que não é indicado.
O contato com os corredores é bem interessante, pelo envio de SMS com a passagem dos 10 km (no tapete de cronometragem) e do tempo de chegada, logo após a conclusão, além de e-mail com o resultado e o link para receber e baixar fotos gratuitamente (além de poder publicar diretamente no Facebook).

ELITE – Em relação à corrida, no masculino, Solonei Rocha da Silva superou a forte concorrência, garantindo vitória no final. Ele disputou passada a passada com o queniano Jacob Kiprotich (1:06:03) e com Paulo Roberto de Almeida Paula (1:06:09), mas conseguiu ser mais rápido para vencer em 1:06:01. O pódio teve ainda Rafael Santos de Novais e Flavio Andrade.
"Até os dez primeiros quilômetros todos estavam administrando o ritmo. Após o primeiro túnel, forçamos mais e a disputa ficou muito interessante, mesmo com o vento atrapalhando um pouco. A Golden Four é a prova ideal para quem busca melhorar as marcas e comigo não foi diferente. Não estou acostumado a treinar para correr meia-maratona, já que meu foco são os 42 quilômetros, mas mesmo assim consegui superar meus fortes adversários", afirmou Solonei, que já está garantido na maratona dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro (veja boxe).
Entre as mulheres, vitória de Valdilene Silva em 1:15:49, seu recorde. Andreia Hessel (1:16:03) ficou na segunda posição, seguida por Jackelyne Rionoripo (Quênia), Magdalena Shauri (Tanzânia) e Janete Cruz.
Até o fechamento desta edição, a Asics não havia divulgado o calendário de 2016 do circuito. Mais informações no site www.golden4asics.com.br.

Na Olimpíada do Rio
Medalha de ouro no Pan-Americano de Guadalajara em 2011, Solonei Rocha da Silva é o primeiro classificado para a maratona nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, de acordo com a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). A Olimpíada ocorre de 5 a 21 de agosto, com as provas da maratona nos dias 14 e 21.
São até três vagas por país nos 42 km. Em Londres-2012, os representantes brasileiros foram Marilson Gomes dos Santos, Paulo Roberto de Almeida Paula e Franck Caldeira. O período de obtenção do índice no atletismo para a Rio-2016 vai até 25 de maio do ano que vem, porém, pelos critérios de convocação, a CBAt (www.cbat.org.br) a vaga oficialmente.
"O atleta Solonei Rocha da Silva tem vaga garantida em função de ter obtido a 18ª colocação na maratona masculina do Campeonato Mundial de Atletismo – Beijing-2015, atendendo ao item 3 dos Critérios de Convocação para os Jogos Olímpicos Rio-2016, desde que o mesmo se apresente em condições físicas e de saúde ideais quando oficialmente convocado para integrar a equipe do Brasil que participará dos Jogos Olímpicos Rio-2016", informou a CBAt.
Até o fechamento desta edição, Solonei ocupava o segundo lugar no ranking brasileiro de classificação, com 2:13:15, obtidos na Maratona de Milão, na Itália. O líder é Marilson Gomes dos Santos, com 2:11:00, em Hamburgo, na Alemanha. No voo de Campinas para Brasília, antes da Golden Four, o maratonista conversou com exclusividade com a reportagem da Contra-Relógio e demonstrou a emoção pela vaga na Rio-2016 desde o momento em que recebeu a oficialização.
"Lembrei dos momentos que tive de me superar, da distância da família, de deixar o social de lado, de estar focado 24 horas por dia e da abdicação. A recompensa de tudo isso é a classificação para os Jogos Olímpicos", disse Solonei. "A emoção é uma mistura de sentimentos: satisfação, alívio e alegria. De metade da missão cumprida. Um sonho que estou vivendo acordado. Quem me conhece sabe o quanto estava batalhando dia e noite por esse momento."
De acordo com o maratonista, treinado por Ricardo D'Ângelo, a partir de agora tudo passa a influenciar positivamente. "Sob pressão, o seu dia-a-dia fica curto. Psicologicamente essa pressão é muito pesada para qualquer pessoa e os atletas não são diferentes nesse quesito, muito pelo contrário, nós mesmos nos cobramos demasiadamente, pois somos os maiores interessados em que tudo saia bem nas nossas competições."

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