A 35ª edição da Maratona de Paris, 10 de abril, foi marcada por um belo dia de sol na capital francesa, com os termômetros chegando aos 23 graus, temperatura já considerada morna para corridas de longa distância. A largada, seu ponto alto, na ampla e belíssima Avenue des Champs-Elysées, às 8h45, foi dada como sempre sem atropelos. Paris, aliás, é uma das poucas grandes maratonas do mundo, dessas com 30 mil inscritos ou mais, onde o acesso às baias de largada, divididos em função do tempo que o corredor espera fazer na prova, pode ser feito dos dois lados, sem confusão e até minutos antes da prova. Berlim, na Alemanha, também tem esta característica positiva, que poupa os corredores de um desgaste antecipado totalmente desnecessário antes de encarar os 42,195 km – quem já correu a Maratona de Nova York sabe bem do que estou falando.

A França é o país que mais recebe turistas estrangeiros em todo o mundo. Em 2010, foram 78,9 milhões, contra 60,8 milhões que visitaram os Estados Unidos, o segundo colocado. Paris, claro, é a sua porta de entrada por excelência. Assim, fica fácil entender porque cerca de 35% dos participantes da Maratona de Paris são estrangeiros. Com o Real valorizado, os brasileiros viajam cada vez mais ao exterior, e os corredores-turistas brazucas não ficam atrás. Neste embalo, o Brasil vem se mantendo entre os 10 países mais representados em Paris nos últimos anos. Este ano, foram exatos 300 concluintes brasileiros, o nono maior contingente entre os não-franceses (ver quadro), e o terceiro entre os países de fora da Europa, o que não deixa de ser supreendente.

O percurso de Paris, quase todo plano, fluido e bonito, que passa por alguns dos principais pontos turísticos da cidade, favorece as boas performances e baixos índices de desistência. Este ano, dos 32.092 que largaram, 31.169 completaram a prova. Ou seja, apenas 2,87% de desistentes, um índice extremamente baixo, que mostra a facilidade do percurso parisiense.

Desde 2005 tenho presenciado todos os anos esta prova maravilhosa, como corredor (esta foi minha 22ª maratona) ou espectador, e posso afirmar: ela vem melhorando a cada ano que passa. Um dos principais aspectos deste progresso é, sem dúvida, a participação do público ao longo de boa parte do percurso (só nas alamedas do dois parques nas extremidades da maratona há pouca gente). Ok, nada que ainda se compare a Londres ou Nova York, mas, considerando-se a notória personalidade blasé dos franceses, o que se vê hoje em Paris em termos de animação no dia da maratona seria impensável há alguns anos.

Assim, se você, amigo corredor, já conhece a Cidade Luz e deseja voltar (quem é que não?), marque na sua agenda: domingo 15 de abril de 2012 vai ter mais uma Maratona de Paris. Se ainda não conhece a França, este é o pretexto que faltava, só não exagere nos deliciosos croissants e pains au chocolat antes da prova; deixe estas e outras irresistíveis recompensas calóricas para depois que cruzar a linha de chegada, na elegantíssima e aristocrática Avenue Foch, a poucos metros do emblemático Arco de Triunfo. A gente se vê por lá!