A Maratona de Santiago do Chile acontece no dia 3 de abril. É uma oportunidade para os brasileiros, que só terão provas de 42 km a partir de Porto Alegre, em 22 de maio. É uma viagem curta (4 horas, de SP), a custos bem inferiores aos praticados para a Europa ou Estados Unidos, além da facilidade da língua. Junto com a maratona acontece uma meia e uma prova de 10 km, dando chance a corredores de todos os níveis participarem, aproveitando o clima muito agradável nessa época do ano na capital chilena, em torno dos 15 graus.

A prova é bem organizada, desde que a Adidas passou a ser a patrocinadora/promotora, e apresenta uma característica extremamente interessante e não muito comum em maratonas. A largada e chegada são no mesmo lugar, sendo que até os 30 km o percurso alterna subidas suaves e trechos planos, mas a partir desse ponto, quando geralmente o participante começa a sentir o cansaço, com chances de aparecer o "muro" ou, como dizem outros, o "urso pular nas costas", o percurso segue por 12 km, até o final, em leve descida! É a chance para se conseguir o sempre tão almejado split negativo, ou seja, fazer a segunda parte da maratona em tempo menor do que a primeira. E também a meia-maratona tem essa particularidade, com os últimos 6 km em suave ladeira abaixo.

No ano passado, quando a revista publicou depoimento de Denise Amaral falando muito bem do evento, fiquei animado a conhecer Santiago e sua maratona, e a estimular que mais brasileiros participem da prova, por considerar que se trata de uma ótima opção de correr no exterior, com temperatura favorável para a obtenção de resultados rápidos. É com essa intenção que estarei indo para lá e já comecei meu treinamento, para buscar uma marca sub 4 horas.

Minhas últimas maratonas sub 4h aconteceram em Florianópolis e Porto Alegre 2008, quando consegui 3:49:57 e 3:46:55, respectivamente, sendo que em Floripa pela primeira vez, nas minhas 3 dezenas de maratonas, completei a segunda parte mais rápida que a primeira. Era o resultado do treinamento que fazia para a Comrades (89 km na África do Sul), representado por muita quilometragem nos quatro primeiros meses do ano. E é essa linha de preparação que pretendo repetir agora com vistas a correr bem em Santiago, se possível em menos de 4 horas e melhor ainda se um segundo split negativo acontecer, porque é maravilhoso correr o final de uma maratona sem sofrimento, com um pouco de sobra até.

Depois de Santiago, aí será necessário apenas fazer uma manutenção para muito provavelmente correr a Maratona de São Paulo em 19 de junho e a de Nova York em 6 de novembro.

TREINO DE 3 MESES PARA SANTIAGO. A seguir, apresento, de forma sintética, como pretendo treinar neste e nos dois próximos meses:

JANEIRO: Basicamente farei rodagem, sem preocupação com o relógio, mas com muita subida e descida (três vezes na semana), procurando uma quilometragem semanal que comece em 60 km e chegue na última semana de janeiro a 80 km. Para "descansar" entre esses treinos, rodagem de 10 km em plano. No período, nada de treinos de velocidade e nem mesmo de ritmo. No sábado ou domingo, longos de 2h a 2h30, em ritmo confortável, em percurso com subidas e descidas. Complementado os treinos de corrida, alguma musculação geral.

FEVEREIRO: Neste mês os treinos com aclives e declives permanecerão, mas já não tão significativos, bastando duas vezes por semana ou apenas uma vez. A característica do treinamento continuará focada na quilometragem, sem preocupação com o relógio, que irá chegar a 100 km semanais nas últimas semanas de fevereiro. Apenas uma vez na semana um treino médio/longo de 1h30, no ritmo que se imagina irá acontecer na maratona, sempre com trotes de 15 a 20 minutos antes e depois. Os longos deverão ficar entre 2h30 e 3h em percurso variável. Mantida alguma musculação geral. E no dia 27 de fevereiro, um treino-teste forte na Meia de São Paulo.

MARÇO: Com toda essa bagagem, a ênfase neste mês irá para os treinos de velocidade, intercalados com rodagens em percurso plano, por 1 hora. Pretendo em um dia da semana realizar fartlek, na base de 2 minutos forte x 2 minutos fraco (trote), por 1h30; antes e depois trote de 5 km. Em outro dia treino de ritmo (mais forte do que espero correr a maratona, mas nem tanto quanto no fartlek) em percurso de 3,5 km plano, que disponho em um parque, também com 5 km de trote antes e depois. Esse treino será por 2 horas aproximadamente, com intervalo de alguns minutos entre os (quase) tiros, caminhando e se hidratando. Longos de até 3h30, sendo o último três semanas antes da maratona; no domingo que antecede Santiago, um treino no ritmo previsto na maratona, por 2 horas. Na semana da prova, apenas dois ou três trotes de 1 hora.

Provas-treino (de ritmo) que deverei fazer na preparação para Santiago

Volta ao Cristo (Poços de Caldas) – 16 km – 30/01

Meia-Maratona de São Paulo – 21 km – 27/02

Mini-Maratona de Paraty – 18 km – 20/03