Notícias admin 4 de outubro de 2010 (0) (149)

Vale a pena correr a Maratona de Dubai?

Vale! Embora seja uma prova feita para o Haile Gebrselassie tentar bater o recorde mundial, o que não aconteceu, mais uma vez, dia 22 de janeiro. O etíope fechou em 2:06:09, bem longe, portanto, de 2:03:59, obtido em Berlim 2008, e deixou de ganhar o incrível prêmio de US$ 1 milhão, se conseguisse a nova marca. Mesmo assim, a imprensa local não dá grande espaço para a maratona, como tive oportunidade de constatar nos 5 dias em que estive por lá. Normalmente a cobertura era de 1/6 uma página de jornal, exceto na véspera, quando foram duas. Poucos residentes sabiam do evento, nenhum outdoor, nenhuma faixa nas ruas. A divulgação praticamente não existia.

Depois de 14 horas de vôo e 6 horas de fuso, estava eu em Dubai. Já na imigração, efetua-se a leitura biométrica dos olhos e a conferência do visto de entrada/permanência. Para ingressar nos Emirados Árabes Unidos, quem solicita e cuida do seu visto é o hotel em que ficará hospedado; portanto, antes de ir é fundamental ter a reserva do hotel, caso contrário você não entrará no país. O visto sai em torno de R$ 250.

Como Dubai é uma cidade horizontal, ou seja, faixa de mar, faixa de cidade, faixa de deserto, e de dimensões grandes, procurei investir um pouco no conforto (R$ 250/diária) e fiquei em um hotel que estava bem próximo do Hotel Westin, que era o Oficial da Maratona, e a 500m da largada/chegada.

Na antivéspera da prova iniciou-se a entrega do kit no Westin. Esse é o ponto baixo do evento. Pensei que iria adquirir uma camisa legal, um boné, e outras lembranças da maratona, porém só recebi a camisa oficial, branca de algodão, com o logo da maratona no peito. Pensar em mega evento para retirar o número, nem pensar. Levei ao todo 2 minutos para sair com o kit, incluindo o tempo para algumas fotos do local.

Eu tinha muita vontade de tirar uma foto com o Haile. E quando estava saindo do hotel vi um fotógrafo e perguntei quando o Haile estaria por ali, ao que ele me respondeu: "Está acontecendo uma coletiva agora com a impressa, no restaurante da piscina". Não tive dúvidas, fui direto para o local. Ao final da entrevista, cheguei perto, me identifiquei como corredor brasileiro e perguntei se um dia ele iria ao Brasil para uma prova. De forma muito simpática, comentou que talvez viesse ao país em março, para um evento do seu patrocinador (Adidas). Tiramos a foto.

 

PERCURSO PLANO E RETO

Chegou o grande dia. A largada foi às 6h30, ainda com a brisa da madrugada, temperatura de 22 graus e umidade de 80%. Já no primeiro km encontrei um corredor de Minas, Marcos Reis, e fomos conversando até o km 11, quando ele segurou o ritmo e lá fui eu. Ao longo do percurso, poucas pessoas assistiam a corrida. A cada 2,5 km água (em garrafas plásticas) e a cada 5 km água mais Gatorade, e também esponja molhada. Uma coisa super legal era o painel do carro madrinha, onde passava todas as informações dos líderes: ritmo/km, tempo previsto de conclusão, temperatura, umidade. 

O percurso era o mais plano que já vi; subidas somente nas lombadas de trânsito. Mas um pouco monótono, já que fomos por um retão de 22 km e voltamos pelo mesmo retão. Eu vinha muito bem, no ritmo de 4:50/km, porém senti o calor e a umidade e após o km 30 não consegui manter esse ritmo, e acabei terminando em 3h47. Embora o tempo tenha ficado acima do planejado (3h25), gostei de curtir a paisagem, principalmente o hotel 7 estrelas Al Burj Arab, inspiração para qualquer corredor, com seu formato de vela e majestoso em cima do mar.

Os últimos 200 metros era uma reta com três pistas, o público cantando e batucando para receber os atletas, bem empolgante! Após cruzar a linha de chegada de minha oitava maratona, recebi a medalha, uma garrafa de água e uma de isotônico. Procurei o local para entregar o chip, mas para minha surpresa descobri que eles não recolhiam, porque era descartável!

Celso Aziz Kassab é assinante de São Paulo

 

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