Notícias André Savazoni 4 de maio de 2018 (0) (144)

Corra com Marilson neste sábado nas praias de Santos

Neste sábado (dia 5), em Santos, os praticantes de corrida e fãs do esporte terão a oportunidade de conhecer pessoalmente e, mais do que isso, treinar ao lado de um dos grandes nomes da história do atletismo brasileiro: Marilson Gomes dos Santos.

Bicampeão da Maratona de Nova York e nada menos que seis vezes vencedor dos 10 km da Tribuna FM-Unilus, Marilson Gomes dos Santos é o convidado do projeto ‘Treine com os Campeões’, um aquecimento para a prova santista, que terá a 3ª edição no dia 20 de maio.

Marilson estará na Concha Acústica, junto ao Canal 3, para conversar com o público, contando a sua história vitoriosa e para dar dicas de quem conhece como ninguém o percurso em Santos. Logo depois do bate-papo, ele correrá pelas areias da praia, em um ritmo bem confortável, para que todos possam acompanhar o treino “de luxo”.

O evento é aberto a todos interessados e tem início às 9h.

O ultramaratonista Valmir Nunes abriu o projeto no último sábado, com sucesso, e no próximo dia 12, o herói olímpico Vanderlei Cordeiro de Lima, que também já venceu os 10 KM, encerra o ciclo de encontros antes do evento, marcado para o dia 20.

Crédito da foto: Fábio Maradei
Crédito da foto: Fábio Maradei

Agora aposentado, Marilson Gomes dos Santos conversou com o jornalista Fábio Maradei, assessor de imprensa dos 10 KM Tribuna FM-Unilus há duas décadas, e falou da sua forte relação com a prova. A entrevista completa será publicada no Guia 10 km, entregue a todos os atletas inscritos na prova, mas aqui antecipamos algumas boas respostas do ídolo das corridas e, sem dúvida, aquele que pode ser chamado de “Rei de Santos”.

Bem aqui, onde estamos, você foi consagrado seis vezes vitorioso e subiu outras vezes ao pódio. Foi também onde começou a brilhar nas corridas de rua. O que você sente quando está aqui?

É até engraçado. Todas as vezes que eu passo aqui nesse local, eu lembro das chegadas, do pódio, do pessoal torcendo. Enfim, aquela estrutura toda da corrida que é montada, das pessoas aplaudindo eu chegando, comemorando a vitória. Eu sempre lembro muito disso. Fico até emocionado. Dá aquela sensação boa e penso: Caramba! não acredito que consegui ganhar essa prova seis vezes.

E o que representou essa prova para a sua carreira? Qual foi o diferencial na sua vida?

Essa foi uma das primeiras provas que eu comecei a aparecer. Eu lembro que teve um ano, que eu tinha acabado de sair do juvenil e queria correr, fiquei meio indeciso na hora de me inscrever e, como ninguém me conhecia, acabei ficando fora, porque as inscrições já tinham acabado. No ano seguinte, foi quando participei a primeira vez e fui segundo. O uruguaio Nestor Garcia ganhou e cheguei na frente do Vanderlei (Cordeiro de Lima). Essa prova representa muito para mim, porque foi quando eu comecei a acreditar mesmo em mim, no meu potencial e que comecei a aparecer nas provas de rua do Brasil, no atletismo em geral.

Naquela época, naquela primeira participação, você já achava uma prova grande? Uma prova de destaque?

Já era! Eu conhecia por alguns amigos meus que já tinham corrido e até vencido como o Valdenor (dos Santos), o Vanderlei, e eu já sabia que a prova tinha um destaque no cenário nacional e por isso também queria participar, por toda a história e pelo percurso, que a gente considera, entre os corredores, o mais rápido que temos de 10 km no País. Era uma prova que queria muito participar.

E quando você começou, naquela primeira vez que veio, ainda não era conhecido, esperava chegar tão longe? Conquistar seis vitórias, ser o grande nome da prova?

Você sabe que até hoje eu não acredito que ganhei seis vezes essa prova (risos)! Eu fico me perguntando: como é que eu consegui ganhar uma prova dessas seis vezes? Acho que na hora a ficha não cai, mas o tempo vai passando e você vê o quanto que é difícil ganhar uma prova como essa. E agora, depois de aposentado, de estar pensando mais nas minhas conquistas, vejo o que fiz como atleta e uma é essa aqui. Porque ganhar seis vezes não é fácil. Eu tenho de admitir. Na época, talvez, não tivesse essa consciência, mas hoje eu tenho essa noção. Ter competido com os atletas que eu competi, no nível técnico que a prova é. E ela vai ser sempre assim, porque é uma corrida que todos os atletas gostam de competir. Que tem uma premiação boa, que atrai os atletas. Por todos esses motivos vai continuar sendo uma prova muito forte por muitos anos.

Você fala de ser uma prova muito forte, mas o que ela representa para o atletismo brasileiro?

Quando eu subi a primeira vez no pódio aqui, como já falei, foi muito importante para a minha carreira, minha vida. A partir daí, pude acreditar mais em mim. Refleti: Opa, peraí! Para quem já estava querendo voltar para casa naquela época. Eu morava em república, em São Paulo, e queria desistir desse negócio. Então o fato de ter chegado entre os primeiros, me motivou bastante, para poder continuar. Ter corrido com atletas como Elenilson, que já era campeão pan-americano dos 10 mil, o Vanderlei. Até na época o meu técnico, o Adauto Domingos, falou: agora você vai ter de pensar diferente. Tem de acreditar que é possível ganhar as provas, correr na frente. Você vai ter de inventar uma maneira de poder decidir, conhecer seus adversários e, a partir dali, começou. Então, para o atletismo é muito importante. Eu tenho conversado com outros atletas mais novos, que querem vir participar da prova, porque sabem que o fato deles correrem rápido, fazer uma boa marca nos 10 km, de poderem estar entre os dez primeiros numa prova como essa, vai incentiva-los e alavancar as carreiras deles, para que possam, não só correr essa prova, mas seguir o meu caminho, do Vanderlei, do Elenilson, do Tyamba, que foram atletas internacionais, representantes de seus países em Jogos Olímpicos.

Você falou da lembrança da chegada, da torcida, o que a presença do público no percurso, sobretudo no final, representa? Realmente ajuda? É diferente?

Eu lembro que quando comecei a me tornar mais conhecido aqui na prova, a torcida incentivava bastante. Era fundamental. E a gente vê durante todo o percurso gente torcendo e isso foi crescendo a cada ano. A cada participação minha era mais notória e incentivava muito. Lembro que teve provas que a disputa estava muito dura e o fato de ter aquelas pessoas torcendo eu pensava: Eu tenho de ganhar. Não vou negar. Muitas vezes venci por causa disso também, pelo fato de ter gente torcendo ali. Com certeza, a torcida foi um dos principais motivos de vencer algumas dessas seis vezes.

E você, pensa em voltar a correr os 10 KM Tribuna FM-Unilus? Para curtir? Talvez como amador?

Sim, já pensei, para matar a saudade da prova, do público, da chegada. É legal. A gente tem essa recordação, essa saudade, de estar participando de provas, lógico, de uma maneira diferente, não vai ser a mesma coisa, mas dá para matar a saudade.

Vai ser difícil completar a prova, pela quantidade de selfies no caminho.

É engraçado isso. Participei de algumas provas no meio do povão e as pessoas quando me encontram, tem isso mesmo de tirar selfie, de aproveitar aquele momento, que geralmente a gente não tinha, e agora pode, e acaba sendo gratificante. É aquele reconhecimento de tudo o que fiz nas provas de rua.

 A 33ª edição dos 10 km da Tribuna FM-Unilus será realizada no dia 20 de maio, em Santos, e a entrega dos kits está marcada para a Academia Unilus, à Rua 28 de setembro, 233, no bairro do Macuco, nos dias 17 e 18 de maio, das 12 às 21h, e no dia 19, das 9 às 18h. Todos detalhes no site www.triesportes.com.br.

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