20 de setembro de 2024

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Sem categoria admin 10 de março de 2015 (0) (343)

7 PROFISSIONAIS INDISPENSÁVEIS PARA OS CORREDORES DE RUA

Dez entre dez corredores de rua pediriam a Nos­sa Senhora Protetora dos Atletas Amadores, caso ela existisse, que os mantivesse longe das lesões. Mas, enquanto a santa não é canonizada, a solução é remediar e, melhor ainda, prevenir. Para ajudar os leitores a ficar longe de problemas que os afas­tem de treinos e provas em 2014, a CR foi buscar dicas e orientações de 7 profissionais mais comumente procu­rados na hora da dor.
É fato que algumas lesões vêm e vão. Mas para dores e doenças per­sistentes ou reincidentes, que podem adiar o cumprimento de uma meta, a realização de um sonho ou simples­mente afetar a qualidade de vida do corredor, existe o especialista mais in­dicado. É muito comum que os corre­dores tenham um cardiologista e um ortopedista para consultas regulares. Mas será que eles são experientes para atender desportistas? Ou, ainda, será que você está levando para eles os questionamentos pertinentes para manter a sua saúde e qualidade de vida em dia?
Corredores, mesmo que não sejam profissionais, mas, sim, praticantes apaixonados e dedicados ao seu es­porte, precisam de cuidados extras para se manter firmes nas pistas. Para esses, não basta um médico clínico geral, um nutricionista ou um fisioterapeuta comuns. A área de atuação carece de um sobrenome que poderá fazer a maior diferença na ponta que interessa: o rendi­mento. E que tal adicionar a esses superespecialistas – médico, fisiote­rapeuta e nutricionista esportivos – mais duas áreas na sua lista: o po­dólogo do esporte e o quiropraxista?
Enquanto lê os conselhos de alguns desses médicos, indispensáveis na agenda de qualquer atleta, amador ou não, descubra se você vem mesmo procurando o campo correto e apren­
da a fazer as perguntas certas nas consultas – pequenos detalhes que podem acelerar o diagnóstico e, me­lhor ainda, a sua recuperação.

1 QUIROPRAXISTA. A Qui­ropraxia é uma profissão na área da saúde que se dedica ao tratamento e prevenções de desordens dos sistemas neuro e musculoesque­lético e seus efeitos na saúde em ge­ral. As técnicas de terapia manual, exercícios e orientação postural pos­sibilitam diminuir a dor e tensão, restaurando a movimentação normal. O enfoque é diferente no tratamen­to das disfunções articulares por um fisioterapeuta, por exemplo, porque o quiropraxista trata o Complexo de Subluxação Vertebral – uma disfun­ção articular causada principalmen­te por um trauma ou microtraumas repetitivos e acumulados, somados à tensão ou encurtamento muscular -, e somente ele pode identificá-la e corrigi-la.
Indicado para: Recuperação de le­sões e, nos atletas saudáveis, no che­ck-up das subluxações e na correção para melhora da performance.
Não serve para: Fraturas, entorses graves, luxações e rupturas muscu­lares e ligamentares.
Na consulta, pergunte: Que tipo de exercício posso fazer em casa para ajudar no tratamento?
Durante o tratamento são ofereci­das instruções sobre como manter uma postura e atividades adequadas para evitar novos episódios de dor, considerando-se o estilo de vida de cada pessoa. São prescritos exercícios para estabilizar e fortalecer as áreas afetadas, bem como alongamentos para aumentar a flexibilidade e dimi­nuir a tensão muscular.
Palavra do especialista: "A Quiro­praxia é segura, eficaz e reconhecida mundialmente. Na primeira con­sulta, leve seus exames de imagem e laboratoriais, certifique-se de que o profissional é autorizado pela As­sociação Brasileira de Quiropraxia (ABQ) e pergunte o que quiser sobre sua saúde. O quiropraxista não só trata dores ou lesões, ele tem foco em restaurar sua saúde em geral e me­lhorar sua qualidade de vida e bem­-estar. O tratamento do atleta não é somente voltado para dor, mas para melhora de desempenho a partir do mais adequado funcionamento do jogo articular e amplitude de movi­mento das estruturas que mais são exigidas durante a prática esporti­va. No caso dos corredores, o quiro­praxista pode ajudar muito para a aquisição de uma melhor postura ou mudança da pisada, tratamento de dores provenientes da má prática e a obtenção de maior resistência aos efeitos da fadiga muscular e da dor articular pós-treino."
Paulo Gomes Neto, quiropraxista.

2 PODÓLOGO ESPORTIVO. A Podologia é a ciência que estuda os pés, um ramo auxiliar da medi­cina. O termo origina­-se do grego "podos" = pés e "logos" = tratado, estudo, conhecimento. Prognosticam e tratam as patologias superficiais dos pés e deformidades podais, utilizando-se de instrumen­tal perfurocortante, medicamento de uso tópico, órteses e próteses. Esses profissionais também desenvolvem conhecimento biomecânico do torno­zelo e dos pés, a fim de compreender a marcha e os problemas que a difi­cultam, podendo, dessa forma, im­plementar tratamento prescrito por profissionais da área médica.
Indicado para: Tratamento de le­sões, sejam elas dermatológicas, ar­ticulares, neurológicas, vasculares, traumáticas ou podológicas, que po­dem provocar perda de rendimento das práticas esportivas e comprome­timento das atividades cotidianas.
Não serve para: Lesões crônicas ou agudas que não sejam nos pés.
Na consulta, pergunte: Você tem es­pecialização em Podologia Esportiva?
Considerando os aspectos apresen­tados, é necessário que o profissional da Podologia tenha conhecimento de que cada atividade esportiva exige de­terminados tipos de movimentos que podem levar a patologias podológicas e evoluir para lesões ortopédicas mais graves, caso não haja uma orientação e um tratamento adequado.
Palavra do especialista: "A maior parte dos problemas nos pés está relacionada a sobrecargas que exce­dem sua capacidade de resistência, principalmente na prática esportiva. No caso dos atletas, os pés deveriam ser tratados com mais cuidado, pois a cada passada eles absorvem uma força várias vezes superior ao peso corporal, e geralmente são expostos a um excesso de esforço. Por falta de informação, muitos tentam resolver os problemas que surgem por si só, mas não procuram um profissional e um tratamento adequado. Muitas dessas lesões são incorretamente tratadas e, com o passar do tempo, se tornam crônicas, agravando ainda mais a situação."
Cinthia Belo, podiatra.

3 NUTRICIONISTA ES­PORTIVO. A alimenta­ção é responsável por manter nossa produção de energia estável de maneira a possibilitar todas as re­ações orgânicas em nosso corpo, e o nutricionista é quem orienta como fazê-lo de forma equilibrada. Uma subárea de atuação desses profissio­nais, a nutrição esportiva, é conside­rada por alguns especialistas como o segundo fator que mais influencia o desempenho de atletas, sendo o pri­meiro fator o treinamento. Mais espe­cificamente para os atletas de resis­tência, há necessidades nutricionais especiais, que estão muito além das dos praticantes de outros esportes ou de indivíduos sedentários. Dessa for­ma, um nutricionista esportivo pode auxiliar um programa de exercícios com finalidade específica, sendo seus principais objetivos: promover saúde, melhorar o desempenho e otimizar a recuperação pós-exercício.
Indicado para: Atletas, amadores ou não, em busca de bem-estar, melhora no rendimento, recuperação ou me­lhora na composição corporal.
Não serve para: Pessoas impossibili­tadas de se exercitar.
Na consulta, pergunte: Você quer en­trar em contato com o meu treinador?
Para otimizar a performance dos atletas de endurance, é necessária uma nutrição apropriada de acordo com a demanda de cada fase da pe­riodização do treinamento. Assim, é possível aprimorar, além da perfor­mance, o processo recuperativo.
Palavra do especialista: "Nutrição esportiva é para todos, pois qualquer pessoa, salvo em alguma considera­ção específica, deve se exercitar. Um bom profissional deve se manter em contato com o atleta, além das con­sultas periódicas, a fim de ajustar qualquer detalhe que porventura possa melhorar o rendimento. Quan­to mais longa a assessoria, maiores são as chances de sucesso no acom­panhamento nutricional e, conse­uentemente, mais saudáveis e com uma maior longevidade esportiva fi­cam essas pessoas."
Rodolfo Peres, nutricionista esportivo.

4 MÉDICO DO ESPORTE
A Medicina Esportiva é a especialidade mé­dica que estuda como o exercício influencia na saúde das pessoas, sejam elas es­portistas ou não, bem como a falta de atividade física. O médico do es­porte atende tanto atletas de alto nível quanto iniciantes e indivíduos comuns, saudáveis ou com alguma doença, de todas as faixas etárias. É uma espécie de clínico geral com um olhar voltado para a prática es­portiva e para a qualidade de vida. Ele exerce a função de orientador para a atividade física, analisando o histórico do paciente e seu estado atual, por meio de anamnese, exa­mes clínicos e laboratoriais. Tam­bém orienta pacientes com patolo­gias – como problemas cardíacos, obesidade, soropositivos, diabéticos e asmáticos – sobre quais ativida­des praticar, intensidade do treino e avaliação antes do início, durante e após o exercício.
Indicado para: Investigar problemas de difícil diagnóstico, tratar fadiga e outros males que afetam o rendi­mento físico e o bem-estar.
Não serve para: Tratar doenças ou le­sões preexistentes; o médico do espor­te não substitui outros especialistas.
Na consulta, pergunte: Como está a minha saúde?
O médico do esporte responderá com diversas outras perguntas por meio das quais (juntamente com o exame clínico e, eventualmente, alguns exa­mes complementares) ele poderá ter uma avaliação exata do estado de saúde do indivíduo e o que é neces­sário para eventualmente melhorá-lo ainda mais.
Palavra do especialista: "Atletas amadores que se consultam regular­mente com médico do esporte dimi­nuem substancialmente as chances de ocorrer alguma lesão ortopédica, por exemplo. Mais ainda: têm um pleno aproveitamento da atividade física em termos de saúde do orga­nismo, globalmente. É um acompa­nhamento que deve ser minucioso e próximo, evitando-se as lesões e pro­movendo o melhor desempenho do atleta, seja ele amador ou não."
Roberto Ranzini, médico do esporte.

5 CARDIOLOGISTA. A Car­diologia é a especialidade médica que se ocupa do diagnóstico e tratamento das doenças que acome­tem o coração, bem como os outros componentes do sistema circulatório. As avaliações clínica e cardiológica de praticantes de atividade física de alta intensidade e alto rendimento têm sido recomendadas como uma das maneiras mais eficientes para a prevenção de eventos súbitos no meio esportivo. Esse tipo de problema pode ocorrer naqueles praticantes que pos­suem doença cardíaca subjacente e a desconhecem. A frequência cardíaca (FC) durante a corrida se mantém acima de 80-85% da frequência má­xima, o que leva a um esforço físico muito longo e vigoroso do organismo. A avaliação cardiológica em atletas, profissionais ou amadores, deverá incluir o exame clínico e a realização de alguns exames complementares indispensáveis.
Indicado para: Detectar possíveis anormalidades cardíacas, silenciosas (sem sintomas) ou não, que podem levar ao afastamento temporário ou definitivo do esporte.
Não serve para: Tratar dores ou le­sões neurais e musculoesqueléticas.
Na consulta, pergunte: O senhor cui­da de desportistas?
Muitas das alterações encontradas nos exames de rotina e que podem ser confundidas com doenças do co­ração são adaptações fisiológicas re­sultantes do treinamento intensivo e regular, compondo as características conhecidas como a síndrome do cora­ção de atleta.
Palavra do especialista: "Uma con­sulta periódica ao cardiologista é recomendável a todos que se pro­ponham a praticar exercícios regu­larmente. A melhor estratégia é a prevenção e a detecção precoce de problemas, quando são mais fáceis de resolver. Principalmente no to­cante às doenças cardiovasculares e metabólicas, é impressionante como elas são silenciosas na grande maioria das pessoas. Os exemplos são frequentes: hipertensão arte­rial, diabetes mellitus, colesterol elevado e até a doença coronariana, silenciosa em pouco mais da meta­de dos indivíduos, que terão como primeiro sintoma um infarto ou a morte súbita. Assim, a avaliação preventiva anual é a melhor estra­tégia, com reavaliações em períodos menores conforme a necessidade."
José Kawazoe Lazzoli, cardiologista, membro da Diretoria da Sociedade Brasi­leira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) e da Diretoria da Federação Inter­nacional de Medicina do Esporte (FIME).

6 ORTOPEDISTA
A Ortopedia é a especia­lidade médica que cuida das doenças e deformida­des dos ossos, músculos, ligamentos, articulações, enfim, ele­mentos relacionados ao aparelho loco­motor. A Traumatologia é a especiali­dade médica que lida com o trauma do aparelho musculoesquelético. No Bra­sil, essas especialidades são unifica­das, recebendo o nome de "Ortopedia e Traumatologia". As lesões decorrentes das atividades esportivas envolvendo o sistema musculoesquelético de modo geral abrangem os músculos, tendões, cápsula e ligamentos articulares e os ossos nos mais diversos graus de com­prometimento, afastando o atleta de suas atividades esportivas por tempo determinado, de acordo com a gravi­dade da lesão. Por isso, tornou-se im­portante o campo de atuação da espe­cialidade na área do esporte, onde há lesões esportivas com características próprias de cada modalidade.
Indicado para: Todos os tipos de le­sões musculares, traumáticas, por sobrecarga, degenerativas e congêni­tas, dores nas articulações, entorses e fraturas por estresse.
Não serve para: Problemas de saúde, de uma forma geral, como cansaço, anemia, dores de cabeça.
Na consulta, pergunte: O senhor corre?
Embora não seja necessário, defini­tivamente ajuda se o seu ortopedista é um corredor. Muitas vezes, é essa ex­periência como desportista que pode ajudar a prevenir lesões decorrentes, principalmente, de sobrecargas.
Palavra do especialista: "Dor é um sinal de alerta de que algo não está funcionando bem. Pode ser uma al­teração simples ou o início de uma lesão grave. A avaliação médica é sempre recomendada. Ela pode de­tectar sinais de sobrecarga ou doen­ças ortopédicas que interfiram na prática esportiva. Medidas preventi­vas são sempre possíveis, mais efica­zes e mais saudáveis. A avaliação em conjunto com outros profissionais que trabalham com o esporte é benéfica, sendo indicado sempre que se pre­tende iniciar a prática esportiva ou para avaliações de rotina, sobretudo dos que estão sentindo algum descon­forto. Também se aplica àqueles que pretendem melhorar seu rendimento ou para os que estão em tratamento de lesões."
Piero Scarparo, ortopedista do Centro Especializado em Coluna e Dor de Ribeirão Preto.

7 FISIOTERAPEUTA ES­PORTIVO. A Fisioterapia pode ser definida como uma ciência aplicada ao estudo, diagnóstico, prevenção e tratamento de disfun­ções cinéticas funcionais de órgãos e sistemas. Dentro de um vasto leque de atuação está a fisioterapia espor­tiva, que trata diretamente da pre­paração, prevenção e recuperação de lesões no processo de reabilita­ção de praticantes de clubes, times e academias. O trabalho visa ajudar o atleta que sofreu uma lesão a re­tornar à sua melhor forma física.
Indicado para: Recuperação nas dis­funções traumato-ortopédicas para pacientes que queiram voltar a pra­ticar esportes após lesão.
Não serve para: Problemas de saúde como anemias ou fadiga, nem em ca­sos em que haja suspeita de fraturas.
Na consulta, pergunte: O que eu es­tou fazendo errado?
Um bom fisioterapeuta é especia­lista em avaliação dos desequilí­brios musculares e a origem da dor mecânica – muito mais do que ape­nas recuperação pós-lesão. Ele pode descobrir por que ela aconteceu e, assim, ensiná-lo a impedir que isso aconteça novamente.
Palavra do especialista: "O fisiote­rapeuta especializado em esporte está mais apto a realizar um tra­balho preventivo após avaliações minuciosas de postura, funcionais e biomecânicas, para saber quais as possíveis lesões que o corredor pode desenvolver durante a sua ativida­de. Procurar um fisioterapeuta es­pecializado dá essa condição de não só tratar da lesão, mas também ela­borar um programa de prevenção. Quem pratica esporte quer se recu­perar e voltar à sua atividade e, se possível, não ter mais aquele proble­ma. O objetivo é ter o controle sobre as lesões e, quando se trabalha com o fisioterapeuta esportivo, é possível apertar os ‘botões' certos para otimi­zar a recuperação do atleta."
Fabio Marcelo, fisioterapeuta esportivo

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