Notícias admin 10 de março de 2015 (0) (68)

59:57 NA MEIA DO RIO!

Minutos antes da largada, na praia de São Conrado, uma forte chuva ameaçou atrapalhar a 17ª edição da Meia-Maratona Internacional do Rio de Janeiro, realizada no dia 18 de agosto. Os corredores se abrigaram debaixo das tendas e quiosques espalhados pela orla até a corrida ser iniciada, com ligeiro atraso. O frio – a brisa da orla da zona sul provocava uma sensação térmica em torno dos 15 graus – e muitas poças d'água pelo percurso foram os principais desafios a serem vencidos pelos mais de 15 mil corredores, inclusive muitos estrangeiros.
O queniano Geoffrey Mutai foi o primeiro colocado, completando o percurso em 59:57, novo recorde da competição (o recorde sul-americano é de Marilson Gomes dos Santos, com 59:33, em Udine – Itália 2007). Entre as mulheres, a também queniana Nancy Kipron levou a melhor, com o tempo de 1:11:47. Os melhores brasileiros, ambos em 4º lugar, foram Giovani dos Santos e Cruz Nonata. Em 2008 a Meia do Rio valeu como Mundial de Meia-Maratona, tendo sido campeão o eritreu Zersenay Tadese em 59:56, mas que não valia como resultado para a prova carioca.
Vencedor em Boston 2011 – com o melhor tempo em maratonas – 2:03:02 (mas não recorde mundial, em função do percurso em descida), Nova York 2011 e Berlim 2012, Mutai confirmou seu favoritismo. O queniano, trazido pela Adidas, patrocinadora da Meia do Rio (veja entrevista nesta edição), largou na ponta e correu junto com o pelotão de elite nos primeiros quilômetros. Mas logo se destacou do grupo e foi abrindo cada vez maior distância para cruzar a linha de chegada, com sobra, mesmo fechando com o novo recorde da prova, que era do também queniano Mark Korir (1:01:33), em 2012.
Campeã da Meia das Cataratas deste ano e da Volta da Pampulha em 2011, Nancy Kipron, da equipe Coquinho/Fila/Caixa, está se especializando em pódios nas principais provas brasileiras. "Esta é a terceira vez que participo da Meia do Rio. O percurso é muito bom e o tempo ajudou muito." A conterrânea de Mutai ganhou o duelo contra outra queniana, Maurine Kipchumba, cruzando a linha de chegada com uma vantagem de apenas três segundos.
Giovani dos Santos, o melhor brasileiro, frisou que seu objetivo era melhorar seu desempenho, meta que foi atingida. "Consegui baixar meu tempo e gostei do resultado, especialmente por enfrentar tantas feras." Também com uma quarta colocação, Cruz Nonata da Silva disse que as condições climáticas não lhe foram favoráveis. "Mantive um ritmo bom durante todo o percurso. Mas o clima, muito úmido, e a chuva atrapalharam um pouco, porque gosto mesmo é de correr com calor e sol", disse a brasileira.

ELOGIOS À ORGANIZAÇÃO. Na área de dispersão, o que se ouvia entre os corredores que cruzaram a linha de chegada, no Aterro do Flamengo, eram só elogios. Uma unanimidade, principalmente entre os mais experientes, que já haviam participado de edições anteriores, foi a inclusão de mais um ponto de isotônico no percurso, e ainda melhor, em saquinho, o que evita quebra de ritmo nos postos de hidratação. As reclamações, poucas, ficaram por conta do mau tempo. Maria Inês Vargas, por exemplo, conta que passou um sufoco na largada.
"Friorenta" confessa, a corredora, de 51 anos, disse que pensou em desistir quando começou a chover, pouco antes da largada. Seu dia foi salvo pela solidariedade e o companheirismo de um rapaz, de que ela nem sabe o nome, que lhe ofereceu uma dessas capas de chuva descartáveis, de plástico transparente. "Estava tudo gelado, meus pés ficaram logo molhados, mesmo eu tendo procurado abrigo num quiosque. A capa protegeu e aqueceu. Mas o que renovou meu ânimo, mesmo, foi o gesto. Isso só acontece na corrida", disse, ao mandar um abraço de agradecimento ao corredor anônimo, via CR.
Água à vontade e isotônico em pontos estratégicos do percurso foram os principais destaques da corrida, na opinião de Luis Junior. "O único ponto negativo é o horário da largada, às 9h. Geralmente, é um horário cruel, no Rio de Janeiro, para quem gosta de baixar seus tempos e obter recordes pessoais. Sorte que desta vez São Pedro deu uma força e a temperatura caiu bastante. No ano que vem estarei novamente nessa linda prova", disse o educador físico.
Depois de ter participado de três edições da Meia Internacional do Rio, a economista aposentada Miriam Poppe concorda com Luis no quesito organização. Na opinião da experiente corredora, a hidratação durante o percurso estava boa, assim como a dispersão no final da prova. "Gostei muito da medalha, linda. O que não foi legal, mas a culpa não é da organização, foi a chuva, que formou várias poças pelo caminho e estragou um pouco minha palmilha. Correr no frio, sem chuva e sem vento, até que foi bom, mas gosto de sentir gotas de suor escorrendo pelo meu corpo", disse a corredora.

NÚMEROS
12.244 concluintes
2.929 mulheres
9.315 homens
1.697 nos 5 km

PÓDIOS
1 Geoffrey Mutai (QUE) 59:57
2 Mark Korir (QUE) 1:00:49
3 Edwin Rotich (QUE) 1:02:08
4 Giovani dos Santos (BRA)1:02:17
5 Daniel da Silva (BRA) 1:03:19

1 Nancy Kipron (QUE) 1:11:52
2 Maurine Kipchumba (QUE) 1:11:55
3 Leah Jerotich (QUE) 1:12:49
4 Cruz Nonata da Silva (BRA) 1:14:47
5 Sueli Silva (BRA) 1:15:51

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