Notícias admin 2 de novembro de 2015 (0) (120)

5 mil completam a Maratona do Rio

A Maratona Caixa da Cidade do Rio de Janeiro, dia 26 de julho, confirmou sua posição de maior evento na distância no Brasil, com um crescimento constante nos últimos anos. Desta vez foram 5.030 concluintes, contra 4.211 no ano passado, 4.001 em 2013 e 2.901 em 2012.
Mesmo com boa premiação, a maratona não consegue atrair corredores de ponta estrangeiros, apenas os africanos que estão fazendo temporadas por aqui. E por seu franco favoritismo, afugentam os atletas brasileiros. Willy Kimutai venceu em 2:14:56, novo recorde; Edson Amaro foi o melhor brasileiro, em 3º, com 2:16:52, seguido de Giomar Pereira (2:18:51) e Elieses de Jesus (2:22:04). No feminino, vitória de Caroline Komen, em 2:38:19, depois a alemã Anna Hahner (2:39:15) e Graciete Carneiro (2:41:49).
A organização anunciou que havia 26 mil inscritos (7,5 mil nos 42 km, 12 mil nos 21 km e 6,5 mil nos 6 km). Mas as listas de concluintes nas 3 provas somam 17.817 corredores (respectivamente, 5.030, 9.234 e 3.553) e fica-se sem entender esses números.
Em relação aos que terminaram a maratona é fácil compreender. Do total de inscritos, uns 2 mil acabaram fazendo a meia, que é o queriam, mas por falta de vagas nos 21 km, se inscreveram nos 42 km. Os outros 500 incluem os que nem pegaram o kit, os que não apareceram na largada e os que desistiram pelo percurso.
Para a Family Run é quase a mesma coisa, ou seja, muitos se cadastraram nos 6 km, mas queriam mesmo fazer a meia, porém dificilmente esse número chegou a 3 mil, daí ser difícil explicar os apenas 3,5 mil concluintes.
O caso da meia é o mais complicado porque, considerando-se apenas os inscritos, onde foram parar os 2,7 mil a menos, sabendo-se que a quebra em uma prova de 21 km é inexpressiva? Efetivamente devem ter completado uns 12 mil, aqui incluídos os inscritos nos 42 km e nos 6 km, que fizeram a meia e não foram considerados oficialmente, sem contar muitos "pipocas".
Mesmo com o número de concluintes abaixo do real, os 9.234 representam que a meia dentro da Maratona do Rio é a segunda maior do país, só perdendo para a da Globo, também no Rio, que no ano passado teve 13.253 corredores terminando os 21 km.
Na seção "Brasileiros lá fora" a sugestão da revista para que a Maratona do Rio cresça ainda mais, mas de forma que os 42 km não fiquem em segundo plano, como atualmente. Em vez de uma, propomos que sejam duas meias, uma largando com a maratona (primeira onda às 6h30) e a outra na marca dos 21 km, a partir das 9h15, também com saídas espaçadas. Não haveria a distorção nas inscrições e a prova chegaria fácil aos 30 mil participantes, mesmo!

Lentidão
Em comentários da revista por todos esses anos, sempre defendemos que as maratonas brasileiras comecem bem cedo, para evitar que os corredores mais lentos sofram com a subida da temperatura conforme passam as horas. Costumávamos lembrar que "mais da metade" dos concluintes finaliza acima de 4 horas, daí a importância dessa medida.
Contudo, com a mudança do perfil dos corredores, hoje menos preocupados com a performance, constata-se um aumento nos tempos de conclusão de todas as provas e na maratona ainda mais. Na do Rio deste ano, 66% dos homens completaram os 42 km em mais de 4 horas! Em relação às mulheres os números são ainda mais impressionantes, uma vez que apenas 15% fechou em menos de 4 horas.

Como correram os maratonistas no Rio
Homens Tempo Mulheres
57 Sub 3h00 8
104 3h00 a 3h14 5
230 3h15 a 3h29 23
357 3h30 a 3h44 36
533 3h45 e 4h00 98
2.581 Mais de 4h00 991

A mais gostosa!
A edição deste ano da Maratona do Rio aconteceu em um domingo parcialmente nublado. Na largada, às 7h30, temperatura beirando os 20 graus, o que não é muito quente para os padrões cariocas. Após a concentração, que começou às 5h30 lá no Recreio dos Bandeirantes, com boa organização, a massa de corredores começou a alinhar com tranquilidade para a partida, na Praça Tim Maia, inicialmente um ir e vir de 2,5 km para, então, pegarmos uma reta, ao lado do mar, em direção à Barra da Tijuca.
Dessa forma, os primeiros quilômetros são muito agradáveis, a paisagem é atraente e os corredores excitados pelo desafio partem alegres, muitos conversando, especialmente sobre como esperam cumprir os 42 km, se possível com um final feliz. Com o passar da distância, vão emudecendo, assim como começam a ficar esparsos, exigindo maior concentração.
Próximo aos 21 km, quando o corpo começa a dar sinais de cansaço e o correr confortável está afogado em puro suor, a exigência de hidratação (que é perfeita em todo o percurso) aumenta. É nesse ponto estratégico que corredores que não estão devidamente preparados já começam a fazer ou refazer suas contas, levando em conta incômodos e dorzinhas que aparecem. Logo se deparam com a primeira subida, para entrar no Túnel e depois Elevado do Joá, momento importante porque são 5 km que desembocam, em declive, em São Conrado.
Então, um percurso curto e plano novamente pela orla, para logo começar a subida da Av. Niemeyer, o ponto de maior elevação da maratona. Ao chegar ao topo, a descida convida para retomar ou recuperar o ritmo, o que é perigoso, pois o impacto ao fazer muito forte o percurso para baixo pode deixar sequelas. Chega-se ao Leblon e é necessário voltar a correr "normalmente", depois do sobe e desce da Niemeyer, e mesmo com a presença de bastante público nesse trecho, alguns já sentem o famoso muro, na medida em que em Ipanema se está na altura do km 35.
Vem a seguir Copacabana, a passagem pelo túnel na Santa Izabel e chega-se à enseada de Botafogo, onde talvez por coincidência do nome o calor já começa a incomodar. Avista-se o Pão de Açúcar faltando apenas 5 km e cresce a vontade de terminar o mais rápido possível, ao se adentrar no Aterro do Flamengo. Sem dúvida, a do Rio é a mais gostosa de participar entre as nossas maratonas.

(Por Vicent Sobrinho)

 

 

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