Sem categoria André Savazoni 29 de setembro de 2014 (0) (238)

Violência no trânsito e os corredores: Porto Alegre

No penúltimo dia da série especial do blog sobre a violência no trânsito e os corredores no Brasil, falamos com Nelsinho Penedo e Giovana Kaupe, de Porto Alegre, da Pulsação Assessoria Esportiva. A capital gaúcha, hoje, está em uma situação intermediária, com bons exemplos para a prática esportiva.

Clique no nome da cidade e leia os primeiros seis textos da série: Cuiabá, Rio de Janeiro, Campinas, Curitiba, Belo Horizonte e Brasília.

Porto Alegre

O técnico Nelsinho Penedo vive há três anos em Porto Alegre, onde divide o comando da Pulsação Assessoria Esportiva com a esposa, Giovana Kaupe, que morou sempre na capital gaúcha. “Minha vida foi em Santos e vejo sim muita diferença entre São Paulo e Rio Grande do Sul nesses três anos aqui. Há uma situação bem mais pacífica. Em São Paulo temos pressa para tudo, seja segunda, quinta ou domingo e isso traz um certo estresse para quem está atrás do volante. Aqui há uma situação bem mais tranquila, vejo diariamente os motoristas cada vez mais conscientes de que as vias não são exclusivas, mas sim compartilhadas”, afirma Nelsinho. “Temos claro as famosas exceções, mas, de modo geral, com corredores, vejo essa convivência bem tranquila e harmoniosa. Já a convivência com ciclistas é um pouco mais complicada. Temos dois tipos de ciclistas, os que estão treinando e os que estão passeando.”

De acordo com os treinadores, Porto Alegre ainda engatinha na relação com ciclovias. “Melhorou muito, por causa da Copa na cidade, mas ainda caminha em passos lentos. Enquanto o (prefeito Fernando) Haddad em São Paulo inaugura (ciclovia) uma a cada semana praticamente, aqui, além de mutilarem o plano cicloviário em uma votação na Câmara, a prefeitura faz aberrações como ciclovias em cima de calçadas, pintando apenas o chão de vermelho. Coloca barreiras em outras, não termina algumas, enfim … é difícil para quem quer passear ou depende da bicicleta como meio de transporte. Não temos a ciclofaixa de lazer aos finais de semana, que seria uma excelente ideia”, explica Nelsinho.

Além disso, lembram Giovana e Nelsinho, todas as provas de Porto Alegre são no mesmo local, com raras exceções. “O mercado de corridas de rua cresceu demais aqui e essa oferta enorme de eventos também faz crescer o número de grupos de corrida e academias. A cidade tem de absorver essa demanda nos locais públicos para treinar. O poder público não incentiva, mas também não atrapalha de modo geral”, diz Nelsinho. “É uma cidade bonita, arejada, com muitas árvores e parques ‘abertos’, como o Parcão, o Parque Marinha do Brasil, Anfiteatro Pôr do Sol, toda a orla do Rio Guaíba, a Praia de Ipanema, a Redenção, e outros. Além desses pontos tradicionais, há Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete), que por anos atendeu muito bem toda a comunidade. É uma pista excelente, de tartan e pública. Porém, foi fechada para uma reforma para o Mundial Master, que ocorreu aqui (em outubro passado) e desde então as assessorias esportivas não podem mais entrar na pista para treinar os alunos. Temos de ficar do lado de fora das grades porque não podemos trabalhar dentro da pista”, afirma Nelsinho.

O treinador conta ainda que, aos domingos, uma parte da via conhecida como 3ª Perimetral, é fechada para lazer (no corredor de ônibus) e, aos finais de semana, a Avenida Beira-Rio (do Gasômetro até o Estádio Beira-Rio ). “Isso é excelente, existe uma marcação de quilômetro bem visível, há os vaporizadores na orla. Bem estruturado, faltando apenas bebedouros públicos, mas a ideia de se ter a ‘rua de lazer’ é excelente, sendo uma na Zona Sul e outra mais para a Zona Norte, na perimetral”, completa o Nelsinho.

Nelsinho Penedo e Giovana Kaupe, da Pulsação Assessoria Esportiva, de Porto Alegre-RS

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