Enquanto a estimativa para o número de corredores existentes no Brasil varia de 1 a 10 milhões, o de maratonistas é bem mais precisa, variando em torno de 25 mil. De qualquer forma, fica patente que os que decidem enfrentar o desafio dos 42 km são absoluta minoria e, por isso mesmo, deveriam ser prestigiados pelos organizadores, especialmente porque dão o nome de “maratona” aos seus eventos, para valorizá-los, mas na prática o grosso dos participantes faz as distâncias menores, geralmente de 10 e 21 km.

Em relação àquela primeira estimativa, o número reduzido é de autoria deste editor da CR, com base em concluintes em corridas no país e tomando como critério básico pessoas que participam de pelo menos uma prova de qualquer distância por ano. Ou seja, não estão incluídos os que correm nas academias, nos parques, nas praias, mas nunca se inscrevem em eventos. Igualmente estão fora os que correm para pegar ônibus, para fugir da polícia, atrás de uma bola etc. Mas e os 10 milhões? Puro chute!

Voltando aos 25 mil maratonistas, eles são decorrentes de uma conta simples. A CR fez durante 25 anos o Ranking Brasileiro de Maratonistas, considerando os resultados das principais provas do país, com percurso aferido, e durante todo esse período constatava-se que apenas 1/3 dos participantes conseguia índice para ingressar nessa listagem seletiva, que engloba os melhores por faixa etária.

Ser ranqueado significava ter obtido uma marca no Brasil dentro dos tempos-limite por idade, por sua vez equivalentes à meia hora ou pouco mais do que o exigido pela Maratona de Boston. Portanto, entrar no Ranking não era para qualquer um, mas também não representava uma qualificação muito difícil.

Então, tomando-se por base o último Ranking da CR, referente às provas de 2019, foram 7.400 ranqueados (5.675 homens e 1.725 mulheres), o que, multiplicado por 3, daria uns 22 mil maratonistas. Aí, para arredondar, vamos levar em conta uns 3 mil que só fazem maratonas no exterior, que não são consideradas para o Ranking.

Fica agora mais fácil de entender o título deste post. Enquanto as predominantes provas de 10 ou 21 km disputam um público de centenas de milhares de corredores, as talvez 50 maratonas (incluindo as não oficiais) precisam se esforçar para estimular os que não tem medo dos 42 km a se inscrever em seus eventos. E para agravar essa situação, essas provas longas se concentram em 8 meses no ano, para fugir das temperaturas mais altas entre dezembro e março.

Neste 1º semestre, quando a pandemia ainda não está controlada e nem se sabe se será, estão previstas 7 maratonas com percurso devidamente aferido, apesar de uma (42k de Floripa) não repassar seus resultados para a CR, e as marcas alcançadas não valerem para o Ranking. Este continuará sendo feito e postado aqui no site, conforme os dados nos cheguem, com a versão final em dezembro, após a que costuma ser a última maratona brasileira oficial, a de Curitiba, em novembro.

No campo central do site, é possível saber sobre as provas de 42 km com percurso aferido por medidor credenciado pela CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), em abril, maio e junho, assim como os tempos-limite para ingresso no Ranking da CR, por faixa etária. Na FOTO de abertura (crédito: Guito Moreto/DizzMedia), a Maratona do Rio, a maior do Brasil, que terá a concorrência de outra em Florianópolis, no mesmo dia, e a de Porto Alegre um domingo anterior.