Notícias admin 4 de maio de 2016 (0) (144)

22ª Maratona de São Paulo tem recorde de concluintes

É difícil compreender o que aconteceu dia 24 de abril na cidade de São Paulo. A maratona, que vinha atraindo pouco mais de 3 mil corredores anualmente, teve um aumento de 50%, mesmo em um domingo quente e com a sempre concorrência da prova intermediária, de 24 km, que apresentou recuo, em relação ao ano passado. Nos 42 km foram 4.463 concluintes (2.968 em 2015), nos 24 km 3.041 (3.249) e nos 8 km 2.290 (1.809). No total das 3 provas (fora a caminhada), terminaram 9.794 (8.016 no ano passado), contra os 17 mil inscritos anunciados, conflito de números comum no Brasil e sem qualquer sentido, na medida em que 7 mil não foram buscar o kit ou pegaram, mas não compareceram?
Uma possível explicação para esse avanço dos maratonistas em São Paulo seria um conjunto de fatos. Em primeiro lugar, a maratona da capital paulista foi a primeira do ano no país e os desejosos de enfrentar a famosa distância não quiseram perder a oportunidade de ter esse prazer, apesar do sofrimento que se imaginava e que se confirmou, ou seja, largada com 24 graus e chegada com mais de 30 para os mais lentos.
Em segundo lugar, a Maratona do Rio (dia 29 deste mês) teve suas inscrições esgotadas em dezembro, frustrando muitos corredores e talvez os estimulando a optar por SP, para não ficar sem fazer os 42 km no primeiro semestre. A outra opção no período acontece dia 12 de junho em Porto Alegre, excelente prova para resultados rápidos, por seu percurso plano e temperatura favorável, mas para alguns representa uma longa viagem e seus consequentes custos de avião e de hospedagem. Por último, não se pode esquecer que o dólar continua em alta cotação frente ao real, fazendo com que qualquer maratona no exterior tenha custos exorbitantes.
Não se sabe quantas pessoas largaram para os 42 km, apenas quantas concluíram. De qualquer forma, a "quebra" não deve ter sido expressiva, mesmo com a largada às 7h30 e temperatura alta, graças ao trajeto em grande parte sombreado. Também muito ajudou a preocupação da organização com o abastecimento, com água gelada a cada 2 km, 2 postos de água de coco e um de isotônico.
Resultados completos em www.yescom.com.br

OS PÓDIOS NA MARATONA
1 Paul Kimutai (Quênia) 2:17:14
2 Giovani dos Santos (Brasil) 2:17:23
3 Gilberto Silvestre Lopes (Brasil) 2:19:43
4 Robert Kipchumba (Quênia) 2:20:09
5 Vagner da Silva Noronha (Brasil) 2:24:35

1 Alice Kibor (Quênia) 2:35:56
2 Jane Jelagat Seurey (Quênia) 2:38:37
3 Carolyne Komen (Quênia) 2:38:48
4 Marizete Moreira Santos (Brasil) 2:51:55
5 Simone Ponte Ferraz (Brasil) 2:57:54

 

PARA MELHORAR AINDA MAIS
A revista já falou algumas vezes sobre isso, mas vamos lá, de novo, para quem sabe convencer a organização a fazer uma mudança, que agradaria a maioria, atrairia mais participantes, reduziria o número de pipocas, impediria a burla na inscrição de idosos, enfim representaria uma grande melhora para a maratona paulistana.
Estamos falando, obviamente, da questão da área de largada, que atualmente é um total descontrole, com as pessoas se posicionando da forma que querem. Dessa maneira, os mais rápidos ficam irritados com os caminhantes e pessoas bem lentas que estão à sua frente antes da linha de partida e nos primeiros quilômetros; os que estão lá mais para se divertir do que para correr ficam irritados com os "apressadinhos"; e os pipocas não querem saber de nada. O caos está formado! Mas poderia ser absolutamente diferente e melhor, como acontece nas principais corridas do mundo, e que têm número muito maior de participantes.
O que a CR propõe à organizadora Yescom (há algum tempo…) é que separe os corredores por ritmo (não por provas) e que faça um controle rigoroso na entrada das baias, que seriam cercadas por telas metálicas de 2 metros, como é lá fora, nas provas que os brasileiros adoram participar, entre outras razões porque são eventos com largadas assim estruturadas. Ninguém discute e todos obedecem às regras, não porque são educados, mas porque, se assim não fizerem, simplesmente não entram nas baias de largada ou por vezes nem chegam perto da entrada, porque são barrados antes, se não estiverem com número de peito, chip no pé e pulseira de identificação!
Aliás, este é um detalhe importante e de uma funcionalidade extrema. Isto porque a pulseira é colocada quando se pega o kit, e não se consegue tirar com facilidade, fazendo com que se torne o principal identificador de que a pessoa está regularmente inscrita e, especialmente, em qual baia ela deverá se posicionar. No caso da MSP, nem haveria necessidade de fazer uma separação complicada na largada. Bastaria exigir que quem quisesse sair no primeiro curral (atrás da elite) comprovasse que tem resultados recentes (em provas da Yescom…) com ritmo de até 4 minutos/km, e para a baia seguinte quem tivesse marcas com ritmo de até 5 min/km; depois viriam os demais (devidamente identificados com pulseira) e por fim os caminhantes (idem…). Os que não pegassem kit (ação feita por terceiros autorizados) ficariam sem pulseira e largariam por último.
Para completar o desestímulo aos pipocas (além da absoluta restrição à sua entrada nas baias), nos metros finais eles seriam "convidados" a sair pelas laterais antes do pórtico de chegada, tanto do principal (maratona e demais provas) como da corrida que termina próxima à Cidade Universitária da USP, para não tumultuar a área de dispersão e até forçar o recebimento de medalha e lanche.

EM MILHAS OU QUILÔMETROS? Então chegamos a outro detalhe da MSP, que não chega a ser um grande problema, porque está mais para uma bobagem. Depois de alguns anos definindo em quilômetros as provas de menor distância que acontecem conjuntamente com a maratona, a organizadora decidiu mudar estas para milhas, em 2015. A razão, na opinião da revista, foi para que não houvesse tanta contestação, nas redes sociais, sobre a aferição dos percursos, que é sim absolutamente perfeita e oficial, mas ninguém consegue fazê-los corretamente, por não tangenciar as curvas da forma mais econômica (como o medidor credenciado o faz, pelo método de bicicleta calibrada), daí as dezenas ou mesmo centenas de metros a mais que aparecem nos GPS, por sinal, equipamento não preciso.
Dessa forma, a prova meio longa, que era de 25 km, passou para 15 milhas (24,1 km), a curta de 10 km ficou em 5 milhas (8 km) e a caminhada de 3 km virou 2 milhas (3,2 km). Mas a maratona de 42,2 km não mudou para 26,2 milhas, nem a marcação com placas em milhas (só faltava…). Como falamos antes, a alteração não passou de uma bobagem, que está se mantendo, mas que basta um pouco de bom senso, para voltarmos a ter um evento no Brasil, com critério brasileiro de distância.
São críticas da CR para que a Maratona de SP fique cada vez melhor e com mais participantes, chegando, quem sabe um dia, ao seu potencial, de 10 mil participantes nos 42 km.

 

Concluintes em São Paulo
Distância 2015 2016
8 km 1.809 2.290
24,1 km 3.249 3.041
42,2 km 2.968 4.463
Total 8.016 9.794

 

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