1) BANHEIROS QUÍMICOS. Eram muito caros, muito simples – quase ninguém alugava – poucas empresas também ofereciam. Resultado: os corredores tinham que se "virar" para achar uma solução. Hoje quase todas oferecem essa comodidade.
2) CAMISETAS. Quando existiam, eram de algodão e geralmente regatas; aí começam a aparecer as com manga e a partir de 2000 vieram as em tecido sintético, que passaram a ser referência, e todas as provas tiveram quase que obrigatoriamente de oferecê-las.
3) APURAÇÃO. Muitas provas só apuravam os resultados dos primeiros colocados; os demais eram apenas classificados conforme chegavam, através de anotação ou por recolhimento de senhas presas aos números e colocadas em espetos. Aí se fazia a classificação. Depois vieram as senhas com código de barras e o processo ficou um pouco mais ágil. Eram comuns filas antes da linha de chegada, para a coleta das senhas; as provas mais organizadas faziam esse recolhimento usando várias baias. Então chegaram os chips, considerados como a grande salvação e sinônimo de modernidade e eficiência. Era efetivamente um sistema rápido, mas os cadastros eram mal feitos e as classificações equivocadas eram comuns (só que rápidas…) Agora são várias as opções de sistema de apuração por chip.
4) FOTOS DE CORREDORES. Hoje por vezes fica até difícil correr em uma prova, tal o número de fotógrafos. É necessário ir se desviando deles. Antigamente havia uns poucos abnegados (como nosso amigo Tião Moreira em SP, a Mariazinha no Rio, o Dittmann em Curitiba etc).
5) PROCEDIMENTO DE INSCRIÇÃO. Talvez a evolução mais expressiva destes 15 anos. Enquanto hoje acontece praticamente tudo pela internet, pelo menos nas provas médias para cima, antes era necessário fazer depósito, passar fax, preencher a ficha de inscrição, remeter pelo Correio ou por fax, sem contar as inscrições "no dia".
6) ABASTECIMENTO NO PERCURSO. Quando havia… eram oferecidos aos corredores copos de água; depois passaram a dispor também de água gelada, apareceu Gatorade e também o gel de carboidrato.
7) SITES DE CORRIDA. Quantos são? Com certeza centenas, talvez milhares. Todo mundo tem o seu. Não havia absolutamente nada há 15 anos, já que a internet no Brasil ainda estava engatinhando.
8) ASSESSORIAS ESPORTIVAS. Há 15 anos eram raras e hoje transbordam e se sofisticam nos serviços. Só perdem na proliferação para os sites de corrida.
9) MARATONAS DE REVEZAMENTO. A primeira foi a do Pão de Açúcar, surgida junto com a revista em 1993. O sucesso foi enorme e alguns anos depois a idéia passou a dar cria e variações, como a Volta à Ilha, por sua vez matriz para muitas outras, inclusive as de "aventura".
10) CRESCIMENTO DAS CORRIDAS. No final dos anos 90 eram poucas as que alcançavam mais de 3 mil corredores – a maior, a São Silvestre, por exemplo, teve 371 mulheres e 4.915 homens terminando em 1993. Depois foram se multiplicando as corridas de 10 km e de menor distância, atraindo muita gente, mas as com mais de 10 mil participantes são recentes. Números maiores apenas nas de revezamento, na da Nike, Meia do Rio, Volta da Pampulha e algumas da Corpore em São Paulo.
11) TECNOLOGIA. Muitos foram os lançamentos nesse período de ferramentas para ajudar os corredores. A começar pela evolução dos relógios-cronômetros seguidos dos monitores de freqüência cardíaca, pedômetros e GPS.
12) MUITA INFORMAÇÃO. Hoje os corredores brasileiros têm acesso às mais variadas informações sobre corridas em revistas, sites, treinadores, enquanto há até alguns anos praticamente só havia a CR.
13) PARTICIPAÇÃO FEMININA. Elas eram pouquíssimas há alguns anos e com razão, já que as estruturas das provas eram precárias e prejudicavam especialmente as mulheres, bastando lembrar a inexistência de banheiros em algumas corridas. Agora elas são bastante atuantes, mas ainda restritas a provas de menor distância, sendo em pequeno número em maratonas, geralmente em torno de apenas 10%, enquanto no exterior elas chegam a ser até 50%.
14) MAIS E MELHORES TÊNIS. Há 15 anos os corredores dispunham de poucas opções em tênis e estes eram bastante limitados em termos de tecnologia. Mas foram evoluindo, marcas em número crescente passaram a ser comercializadas e atualmente se encontra por aqui praticamente
o que de melhor existe do
mercado internacional de tênis específicos para corrida.
15) GRANDE EVOLUÇÃO DA ORGANIZAÇÃO GERAL DE PROVAS. Tudo melhorou: largada no horário; banheiros químicos; guarda-volume; vestiários; atendimento médico; controle de trânsito; abastecimento; percurso aferido e bem sinalizado; medalha e camiseta de participação; lanche na chegada etc.
DUAS NÃO MUDANÇAS
1) ESTAGNAÇÃO DAS MARATONAS BRASILEIRAS (ao contrário do que acontece no exterior). É um fato: os números revelam que temos menos de 10 mil maratonistas. A razão principal para essa estagnação está nas muitas opções de provas de menor distância, para as quais não há necessidade de uma preparação especial – "correr 10 km é fácil" como se costuma dizer. Também "jogam contra" o crescimento das nossas poucas maratonas o calor na maior parte do ano e o fato das largadas não serem bem cedo.
2) UMA QUASE NÃO MUDANÇA: TREINAMENTO. Curiosamente, apesar de tanta evolução nas corridas de rua, praticamente se treina da mesma forma que há 20 anos. Apenas os treinadores procuram "sofisticar" a preparação, com algumas variáveis, para quebrar a rotina.