Blog do Corredor André Savazoni 30 de novembro de 2011 (16) (345)

10 km são 10 km. Meia-maratona tem de ter 21,1 km. Não é difícil

Ultimamente, tenho treinado e corrido algumas provas sem o GPS. Ou melhor, até levo o GPS para registrar o percurso e outros dados, como velocidade média, distância percorrida, mas marco o tempo e meu ritmo pela passagem dos quilômetros com um cronômetro. Na verdade, estou repensando essa estratégia.

Na última corrida, levei o GPS e deixei no ritmo geral, assim, como gosto de correr constante do início até os quilômetros finais, fica fácil de me “orientar”. O motivo da mudança de estratégia é algo que deveria ser básico e não gerar preocupação, mas que tem oscilado demais. Muitas provas de 10 km não têm tido 10 km (para mais ou para menos, como já relatou aqui no blog o leitor Alex Cysne, de Aracaju-SE). Vale o mesmo para a meia-maratona.

Há outro ponto que acaba atrapalhado (demais) quem corre com base  nas “voltas de 1 km” do cronômetro. As marcações durante as provas estão erradas. Isso não é uma exceção, tem sido comum. Algumas vezes, 1 km tem 1.100 m. Em outras, 880 m! Assim, já fiz “1 km” em 4:25 e, no seguinte, a 3:47. Correndo igual! Exatamente no mesmo ritmo, sem subidas, descidas, nem nada. No final, a distância da prova até estava correta, mas quem corre sabe que essa oscilação acaba atrapalhando. É melhor, então, deixar as marcações (corretas) de 5 em 5 km ou alguma outra referência, mas que seja exata! Por isso, a opção de ficar com o GPS e o ritmo médio e não do quilômetro que estou percorrendo. Fica mais fácil de controlar. Pelo menos para mim.

Conversando com alguns amigos, surgiu a dúvida: será que esse problema das distâncias sempre existiu (não sendo uma exclusividade brasileira, é claro), mas agora, com a chegada dos GPS portáteis (e seu custo mais baixo, tornando-se acessível para muitos), ficou mais escancarado? Bem provável. Generalizando, ao menos 30% dos inscritos em uma prova têm o GPS, de diferentes marcas. Não são 100% precisos, sempre têm de marcar um pouco a mais do que a distância percorrida, mas confirmam se a prova de 10 km teve realmente 10 km!

Essa dúvida sobre passado e presente vai persistir. Uma certeza, porém, não deve ser discutida: os organizadoras de provas têm de aferir os percursos, checar os dados, contar com o aval das federações estaduais e, se por algum motivo, tiverem de alterar o trajeto no dia da corrida (por chuva, desvios, um poste que caiu), os participantes obrigatoriamente têm de ser avisados antes da largada. Agora, na maioria dos casos, não há desculpa: 10 km tem de ter 10 km e a meia-maratona, 21,1 km. E pronto.

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16 Comments on “10 km são 10 km. Meia-maratona tem de ter 21,1 km. Não é difícil

  1. já corri prova de 10km que tinha 9km. Meu tempo “oficial” ficou de queniano…ha ha ha Como estava com o gps, cruzei a linha de chegada e continuei correndo como doido para fazer um RMP na ocasião… 🙂

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    Rodrigo, o que tem de provas de 10 km com menos, é uma infinidade.

    Abraço
    André Savazoni

  2. Quanto às placas, é comum demais ter erro. Posso dizer que em todas as provas que participei, que tinham placas de km no caminho, a medição não estava correta. Uma ou outra marcam com certeza. A maioria passa longe do limite de tolerância. Quem não tem GPS e usa o relógio pra marcar a cada placa, vai ser muito influenciado. E atraplahado. Uma vez fiz 3:50 e, logo em seguida, 6:40. GPS mudou minha vida hehe.

    A distância geral também é um problema. Nas provas aqui em Floripa é difícil a prova ter a quilometragem anunciada. Quando dá uma diferença de 100 metros ou perto disso, dá pra relevar. O problema é quando tem 10 km e tu correu 9.25 km.

    Quando dá essas diferenças pequenas, levo em consideração também por onde corri. Posso, sem querer, ter diminuído alguns metros, dependendo onde passei.

    Agora com o GPS, comparo meu GPS com dos meus amigos e embora tenha alguns metros de diferença, geralmente é a mesma distância, e comprovamos que a maioria está longe de estar correta.

    Na minha última meia, o GPS marcou 21.17. Em Pomerode deu 21.08 km. Ficou razoável. Na maratona, marcou 42.27. Não ficou tão absurdo. Quanto maior a distância, menos absurdas ficam as diferenças.

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    Enio, o problema não está só em Floripa. Em todos os lugares há isso.

    Nas maratonas, não comentei porque as oficiais do Brasil estão certas. Há problemas pontuais, como na do Recife deste ano que, por causa de alagamento, houve um desvio, mas não acrescentaram a distância no final.

    No GPS, vale uma regra: para a prova ter a distância correta, o GPS tem sempre de marcar a mais. Por exemplo, 10.080m nos 10km ou 21.250m na meia-maratona. Não fazemos o traçado perfeito e, além disso, há a margem de erro do satélite, então, se o relógio der a menos, um abraço, a prova está errada. Foi o caso da Meia de Pomerode, não tinha os 21,1 km e a organização vai medir novamente o percurso para 2012.

    Abraço
    André Savazoni

  3. André, em agosto corri os 50km da greenrace em Jundiai, meu GPS e vários outros marcaram 46 km no final, muita diferença né? Até entendo que na montanha é mais dificil marcar a distância, mas deve ter um jeito melhor!

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    Então, Renato, aí, no caso das provas de montanhas, realmente, fica mais difícil. Complica deixar 100% certo, como deve ser no asfalto. Agora, 4 quilômetros é muito. Tem razão. Nas montanhas, aí, vejo só uma saída: a organização marcar o percurso com o GPS mesmo, traçando uma rota média. Vai haver uma pequena oscilação entre a distância final, mas jogando 5% a mais, ficará bem próximo do “prometido”.

    Abraço
    André Savazoni

  4. André,

    A Corrida da Track & Field – Etapa Iguatemi, em Campinas, teve 9,08 km pelo meu GPS. Achei muito estranho meu tempo ser tão abaixo do que faço! Dois dias depois, a direção mandou um e-mail pedindo desculpa, que o percurso teve 800 metros a menos. Domingo passado, corri a Delta e marcou 9,8k. Chego a pensar que todas as corridas nunca têm a distância “vendida”.

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    Fala Rodrigo, tudo bem?

    Então, a conta no GPS não tem erro: tem de dar sempre a mais do que a distância da prova. Se der a menos, tem algo errado. Pode ser um erro pequeno, mas que numa prova de 10 km faz uma diferença daquelas. Sempre acabamos desviando de pessoas, não fazemos o traçado perfeito e, além disso, há a margem de erro (normal) do GPS, então, nas provas de 10 km tem sempre de dar acima dos 10.000m e na meia-maratona, mais de 21,1 km.

    Há muitos erros, mas tem provas que estão certinhas. A Yescom pode sofrer muitas críticas, mas as provas deles têm a distância exata da prometida. Vale o mesmo para o Circuito Caixa também, as meias-maratonas da Asics, as corridas da Corpore… não vou me alongar mais na lista porque vou esquecer um monte de gente e vão reclamar, rs.

    A Track&Field que você citou, por um bom tempo, errou na metragem da prova do Villa-Lobos, em São Paulo. O retorno estava mais para trás do que deveria. Atualmente, está certinha, tem 10 km cravados. Mas erraram este ano não só aí em Campinas, houve reclamação em outras cidades também sobre a distância, como em Florianópolis.

    Abraço
    André Savazoni

    Abraço
    André

  5. André, esse ano eu e a esposa fizemos a Meia de Paraty em dupla mista largando juntos, e para surpresa, o percurso q deveria ter 10,5km, tinha 11,4km, isso mesmo, um km a mais para cada um de nós, o q totalizou quase 23km de corridas, mando aqui o link do garmin, caso queira dar uma olhada.

    abçs..

    Ezequiel Jr..Santos SP.

    http://connect.garmin.com/activity/109990139

  6. Pois é, nesse ano, os dois melhores tempos que fiz nos 10Km foram em circuitos que tinham cerca de 100m menos (marcados no GPS), o que confirmei com outros corredores. O interessante é que, oficialmente, tenho 45’22, no Track & Field Ribeirão Shopping, mas o meu perfil do Endomondo não registra, porque o GPS marcou menos 9,88Km.

  7. André, é inadmissível que uma organização de prova não consiga medir 5 km ou 10 km. Eles dão toda atenção aos mimos do kit e outras frivolidades e não ligam para a distância correta da prova, e os corredores festivos não estão nem aí pra isso. Nós que corremos de olho no tempo quando reclamamos ainda somos chamados de chatos. Falo das que eu corri, mas sei de várias outras: Este ano decidi dedicar um tempo à provas de 5 km. Fiz a Track Field Center Norte, em vez de 5 km tinha 5.250. Fiz a Etapa de Curitiba das corridas da Caixa, em vez de 5 km tinha 5.350. Fiz uma prova de 5 km em Joinville, tinha 4.750. Cheguei à conclusão de que não adianta tentar baixar tempo nos 5 km em provas de rua porque nenhuma vai ter a distância correta. Se quiser ter um recorde pessoal nos 5.000 vou ter que encontrar uma prova de pista. O erro ou simplesmente descaso na aferição de distâncias é um desrespeito aos corredores, tanto quanto falta de hidratação ou outra falha grave.

  8. André, e o pior: Já corri prova com chancela da Federação Catarinense de atletismo com distância errada: Meia-Maratona de Brusque 2010. Tinha 21.900 mts. Comecei um tiro final no km 20 e quase morri porque não chegava nunca.. rsrsrs.. e quando descobri o erro (no dia seguinte pela internet) fiquei P da vida porque era pra eu ter feito 1:30 e fiz 1:34, praticamente me roubaram um sub 1:30 na meia-maratona.

  9. Pô, eu não tinha ainda me atentado pra isso, de que tem sempre que dar mais. É mesmo. Percebo agora que a maioria das provas que participei não tiveram a distância correta.

    Teve só uma que deu a quilometragem exata, cravada. Devia estar errada também. Acho impossível eu correr pelo trajeto ideal hehe.

    Por vias das dúvidas, sempre olho o pace no final da prova pra ter a noção de que fui, independentemente da distância (certa ou errada).

  10. Pelo visto André, isto deve ser um problema ‘mundial’. Como engenheiro mecânico e gostando muito de Metrologia, e ainda filho e neto de ‘milico’ não dá para não ter TOC como esta questão. Resumindo, fico feliz quando posso comparar meu tempo entre anos em uma mesma prova, porém nem isso posso mais pois os ‘criativos’ organizadores cismam de modificar o percurso a cada ano…

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    Nem fale, Alex. Pelo menos, assim, tendo mais o menos quilômetros, dá para compararmos a evolução. Agora, se o percurso muda, daí, ferrou.

    Abraço
    André Savazoni

  11. Oi André,
    Também participo das provas utilizando o gps e acompanho meu pace de acordo com a volta de 1K do próprio gps e não as placas da prova. As vezes até passo por elas sem perceber, pois levo em conta a minha marcação. Concordo com você a respeito dos organizadores de prova que precisam olhar com um maior cuidado na aferição do percurso, que é a parte principal da corrida. As tecnologias disponíveis estão aí para nos auxiliar a termos mais precisão e não ao contrário.
    Abraços.

  12. Tá certo! É preciso lembrar que erros entre 1 e 2% nos relógios equipados com GPS é muito normal. Ou seja, numa prova de 10 km erros de 100 m são aceitáveis. Mesmo assim ainda parece ser melhor do que algumas marcações de prova que vemos por ai. O que tenho visto é que a aferição fica correta, mas a placa fica fora do lugar. Normalmente os organizadores pintam o chão marcando o local onde deveriam estar as placas. Mas fica complicado ter de procurar onde deveria estar a placa para cravar a volta no cronômetro. Abcs!

  13. Como já disseram, pra isso eu uso a volta de 1km do próprio Garmin. As placas de quilometragem (quando existem) estão muitas vezes fora do lugar mesmo, bem longe do apito do GPS…

  14. Em relação a esses relógios com GPS, quais são os modelos mais baratos que vocês utilizam?

  15. Bacana o texto! Acredito que o tempo encoberto por nuvens atrapalhe a precisão do GPS que é calculada por vários satélites. Tanto que no próprio frequencímetro é possível notar a variação na precisão (pelo menos o meu mostra isso em tempo real). Enfim, seguirei a dica e passar a marcar minha “volta” a cada 5 km a partir de hoje. 😉 Abs

  16. Ontem participei junto de meu Pai e um amigo da 1/2 Maratona Internacional de SP 2015 e notamos um erro de distância total um pouco acima do aceitável. Uso o Garmin 610 e nele marcou 21,65km.

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