Ultimamente, tenho treinado e corrido algumas provas sem o GPS. Ou melhor, até levo o GPS para registrar o percurso e outros dados, como velocidade média, distância percorrida, mas marco o tempo e meu ritmo pela passagem dos quilômetros com um cronômetro. Na verdade, estou repensando essa estratégia.
Na última corrida, levei o GPS e deixei no ritmo geral, assim, como gosto de correr constante do início até os quilômetros finais, fica fácil de me “orientar”. O motivo da mudança de estratégia é algo que deveria ser básico e não gerar preocupação, mas que tem oscilado demais. Muitas provas de 10 km não têm tido 10 km (para mais ou para menos, como já relatou aqui no blog o leitor Alex Cysne, de Aracaju-SE). Vale o mesmo para a meia-maratona.
Há outro ponto que acaba atrapalhado (demais) quem corre com base nas “voltas de 1 km” do cronômetro. As marcações durante as provas estão erradas. Isso não é uma exceção, tem sido comum. Algumas vezes, 1 km tem 1.100 m. Em outras, 880 m! Assim, já fiz “1 km” em 4:25 e, no seguinte, a 3:47. Correndo igual! Exatamente no mesmo ritmo, sem subidas, descidas, nem nada. No final, a distância da prova até estava correta, mas quem corre sabe que essa oscilação acaba atrapalhando. É melhor, então, deixar as marcações (corretas) de 5 em 5 km ou alguma outra referência, mas que seja exata! Por isso, a opção de ficar com o GPS e o ritmo médio e não do quilômetro que estou percorrendo. Fica mais fácil de controlar. Pelo menos para mim.
Conversando com alguns amigos, surgiu a dúvida: será que esse problema das distâncias sempre existiu (não sendo uma exclusividade brasileira, é claro), mas agora, com a chegada dos GPS portáteis (e seu custo mais baixo, tornando-se acessível para muitos), ficou mais escancarado? Bem provável. Generalizando, ao menos 30% dos inscritos em uma prova têm o GPS, de diferentes marcas. Não são 100% precisos, sempre têm de marcar um pouco a mais do que a distância percorrida, mas confirmam se a prova de 10 km teve realmente 10 km!
Essa dúvida sobre passado e presente vai persistir. Uma certeza, porém, não deve ser discutida: os organizadoras de provas têm de aferir os percursos, checar os dados, contar com o aval das federações estaduais e, se por algum motivo, tiverem de alterar o trajeto no dia da corrida (por chuva, desvios, um poste que caiu), os participantes obrigatoriamente têm de ser avisados antes da largada. Agora, na maioria dos casos, não há desculpa: 10 km tem de ter 10 km e a meia-maratona, 21,1 km. E pronto.